TJ/RJ: AMPLIA PARA 90 DIAS PRAZO PARA TROCA DE PRODUTOS DURÁVEIS COM DEFEITO
TJRJ AMPLIA PARA 90 DIAS PRAZO PARA TROCA DE PRODUTOS DURÁVEIS COM DEFEITO
TJ-RJ - 14/11/2013
A 22ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, POR UNANIMIDADE DE VOTOS, NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO E DETERMINOU QUE A CITY SHOES, LOJA DE SAPATOS, BOLSAS E ACESSÓRIOS, AMPLIE DE 30 PARA 90 DIAS O PRAZO PARA A TROCA DE PRODUTOS VENDIDOS AOS CONSUMIDORES.
A decisão foi proferida na apelação cível da empresa contra sentença da 4ª Vara Empresarial da Capital, que já havia determinado a alteração do prazo, sob pena de multa diária.
Por unanimidade, o colegiado acolheu o voto do relator, desembargador Marcelo Lima Buhatem. Ele considerou que os produtos comercializados pela loja são duráveis e que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) impõe prazo de 90 dias para a troca em casos de vícios aparentes ou de fácil constatação.
Não obstante o labor empreendido no douto recurso interposto, tenho que os elementos probatórios colhidos nos autos são suficientes a demonstrar a inobservância, pelas rés, das normas regulamentadoras referentes ao CDC. Com efeito, ao restringir o tempo de troca ao exíguo tempo de 30 (trinta) dias para os produtos que comercializa, a ora apelante feriu os termos do art. 26, II, do CDC, afirmou o magistrado.
No recurso, a City Shoes, cuja razão social é Ilagga Comércio de Calçados e Representações Ltda., alega que comercializa produtos não duráveis. Para o desembargador, com a afirmação, a empresa coloca em xeque a própria qualidade de seus produtos.
Vale destacar que, ao defender tão abnegadamente a natureza jurídica dos produtos por ela comercializados como não duráveis a ora apelante finda por, curiosa e, por que não dizer, contraditoriamente, colocar em xeque a sua própria qualidade e boa fama porquanto afirma, ainda que por via oblíqua, que a simples e normal utilização de tais cintos, bolsas e sapatos ocasiona a sua automática destruição, ressaltou.
A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público estadual a partir de reclamações de clientes. O MP afirma que a ré comercializa bens duráveis e não pode reduzir a garantia legal dos produtos e nem se eximir da obrigação de responder por vícios que os tornem inadequados para o consumo, na forma do artigo 18 do CDC.
Processo nº 0175319-57.2012.8.19.0001
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