SENADO APROVA A LICENÇA-PATERNIDADE DE 20 DIAS
APROVADO MARCO LEGAL DA
PRIMEIRA INFÂNCIA, COM LICENÇA-PATERNIDADE DE 20 DIAS
Os senadores aprovaram nesta
quarta-feira (3) o projeto que cria o Marco Legal da Primeira Infância (PLC 14/2015).
A proposta determina um conjunto de ações para o início da vida,
entre zero e seis anos de idade. Uma novidade é o aumento do tempo para os pais
cuidarem dos recém-nascidos. O texto,
que vai à sanção presidencial, aumenta para seis meses a duração da
licença-maternidade, por meio do Programa Empresa-Cidadã, e para 20 dias a
licença-paternidade. Os mesmos direitos estão assegurados a quem adotar ou
obtiver guarda judicial para fins de adoção.
O
projeto estabelece como questões prioritárias a serem cuidadas na primeira
infância a saúde, alimentação, educação, convivência familiar e comunitária,
assistência social, cultura, lazer, espaço e meio ambiente.
As gestantes e as famílias com
crianças na primeira infância deverão receber orientação e formação sobre
maternidade e paternidade responsáveis, aleitamento materno, alimentação
complementar saudável, crescimento e desenvolvimento infantil integral,
prevenção de acidentes e educação sem uso de castigos físicos. A ideia é a
formação e a consolidação dos vínculos afetivos e o estímulo ao desenvolvimento
integral na primeira infância.
O
texto ainda expande a educação para as crianças de zero a três anos. As
instalações e os equipamentos devem obedecer aos padrões de infraestrutura
estabelecidos pelo Ministério da Educação. Além disso, o Poder Público deverá
organizar e estimular a criação de espaços lúdicos em locais onde há circulação
de crianças.
O Marco Legal também obriga a União
a manter registros com os dados do crescimento e desenvolvimento da criança.
Além disso, a União deverá informar à sociedade quanto gastou em programas e
serviços para a primeira infância. A mesma obrigação terão os estados e
municípios.
APOIO UNÂNIME
O
senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) ressaltou que havia uma lacuna de políticas e
ações voltadas à primeira infância no Brasil e o projeto é um reconhecimento
dessa fase como base para todas as aprendizagens. Segundo ele, a neurociência
classifica esse período como fundamental na estruturação do ser humano, por ser
o período em que pelo menos 80% das conexões dos neurônios se formam.
—
Estudos demonstram que a qualidade de vida de uma criança entre o nascimento e
os seis anos de idade pode determinar ou não as contribuições que ela trará à
sociedade quando adulta — explicou.
A
relatora do PLC 14/2015 no Senado, senadora Fátima Bezerra (PT-RN), disse que o
projeto faz parte de uma "agenda cidadã" e está em consonância com o
Plano Nacional de Educação e com o Plano de Ações Articuladas.
—
É uma legislação muito avançada. Estende o olhar sobre todos os direitos da
criança na primeira infância e na sua relação com a família. Alguém já disse
que se pode reconhecer o valor de um país pelo modo como trata suas crianças,
portanto, é disso que trata o projeto de lei — elogiou.
Os senadores Waldemir Moka
(PMDB-MS), Cristovam Buarque (PDT-DF) e José Medeiros (PPS-DF) ressaltaram que
gastar na primeira infância não é despesa, mas sim investimento. Segundo eles, cada
criança que não é bem cuidada nessa fase é um pedaço do futuro que é consumido
no Brasil inteiro. Para José Medeiros, o Marco Legal da Primeira Infância pode
impactar, inclusive, na melhoria da segurança pública.
O
senador José Serra (PSDB-SP) acrescentou que o projeto ainda abre caminho para
um fortalecimento da profissão dos educadores da primeira infância, o que
também é algo tratado de maneira improvisada no Brasil, embora seja um setor da
área educacional extremamente complexo. O senador Romero Jucá (PMDB-RR)
comemorou o fato de o Senado ter aberto o ano de votações com uma matéria tão
importante para o futuro.
FONTE:
Agência do Senado
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